VOU PRA LUTA
quinta-feira, 1 de março de 2012
CARTA A PIG
BLOCO DE LUTA POR UM TRANSPORTE PÚBLICO
CARTA ABERTA A IMPRENSAPORTO ALEGRE, 29 DE FEVEREIRO DE 2012
Nós trabalhadoras e trabalhadores, desempregados e desempregadas,
estudantes, moradoras, moradores e artistas de ruas que compomos o Bloco
de Luta Por um Transporte Público, viemos por meio desta carta aberta,
expressar nossa indignação, revolta e repúdio sobre as veiculações
publicadas pela imprensa corporativa que além de trazer matérias
tendenciosas, informações falsas e deturpações de fatos nos tornando
criminosos, realiza um estrondoso desserviço a sociedade cometendo o
crime de injuria e impossibilitando que a população tenha conhecimento
aos fatos que defendam os interesses de natureza coletiva e popular.
As reportagens que saíram nos jornais Correio do Povo e Zero Hora e foram exibidas nos telejornais Bom Dia Rio Grande, Jornal do Almoço e Jornal Hoje da RBS/Rede Globo; Jornal da Record, Fala Brasil e Balanço Geral RS da Rede Record em nenhum momento corresponde as posições reais dos coletivos e indivíduos que constrói e participam do bloco, nem reflete os anseios, as propostas e as nossas reivindicações. Insistem em caracterizar nosso movimento como estudantil e isto agride e menospreza nossos esforços, por reduzir nossa pluralidade a uma categoria que pertence a alguns e não a todos.
Somos um bloco apartidário, autônomo sem representantes, sem líderes, que estimula a democracia direta organizando-nos de forma plural com vários coletivos e indivíduos, discutindo estratégias e decidindo acordos por consenso. Nunca em nenhum momento, em nossas assembleias, atos de rua e eventos públicos foram elegidas ou delegadas pessoas que pudessem falar sobre nosso movimento. A tentativa do Rodolfo Morh, integrante do coletivo Juntos! vinculado ao PSOL, em entrevista a Rádio Guaíba se dizendo nosso representante, sem deixar claro a postura apartidária do mesmo e sua imposição de estabelecer uma comissão para conversar com o poder o público, caracteriza o oportunismo politiqueiro desta agremiação partidária, justo em ano eleitoral, bem como uma lógica de organização que não contempla os indivíduos e coletivos autônomos que estão constituindo, antes mesmo do aumento entrar em vigor, o processo de luta dos transportes este ano.
Durante todo este processo foram realizados seis atos nas ruas, alertando e mobilizando a população para o descaso e mercantilização do transporte público, todos sendo extremamente ignorados pelo Poder Municipal que não emite nenhuma declaração a respeito das manifestações. Esta postura de descaso provoca indignação de muitos, que com toda a razão, tentam chamar atenção com ações mais radicais objetivando acabar com uma realidade que proporciona um lucro exorbitante aos empresários enquanto restringe o direito de ir e vir de pessoas que não vivem nas regiões centrais da cidade, consequentemente mais humildes e mais esquecidas.
Cabe deixar claro também que em nenhum momento foi feito contato com Brigada Militar para garantir nossa manifestação, acreditamos que temos o direito legítimo de ir contra as estruturas e resoluções públicas impopulares, questioná-las e lutar para que não sejam impostas. Desde nosso quarto ato a tropa da Brigada Militar está trancando o trânsito da cidade mais do que nossas manifestações, que reúnem cerca de 300 pessoas, atingiria. Sem essa interferência as vias que não estão tão próximas a passeata não estariam comprometidas e conseguiríamos, sobretudo, dialogar melhor com a população. A estratégia da polícia é um claro exercício de isolar nossas manifestações, provocando o afastamento das pessoas do ato público e deixando-as sem o direito de serem informadas pelos manifestantes ficando a mercê dos relatos de uma mídia não se preocupa com as coerências dos fatos.
No ato da quinta-feira dia 16/02 o Zero Hora publicou uma nota dizendo que a manifestação era contra o aumento da passagem que foi para 2,88, caso alguém da redação tivesse uma atenção especial ou simplesmente usasse o transporte coletivo para se locomover, saberia que o reajuste foi para 2,85, mas essa realidade é bastante alheia a este grupo de pessoas que “informam” a sociedade.
De acordo com os princípios que norteiam o bloco: independência política, postura combativa e classista, convidamos a toda a população a construir e participar das manifestações, assembleias e demais atividades que estaremos realizando para a conquista de um transporte digno.
PELA REVOGAÇÃO IMEDIATA DA TARIFA!
POR UM TRANSPORTE PUBLICO E POPULAR!
TARIFA ZERO PARA TODXS!
*P.I.G - PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA
CARTA ABERTA A POPULAÇÃO
BLOCO DE LUTA POR UM
TRANSPORTE PÚBLICO
CARTA ABERTA A SOCIEDADE
Nós
trabalhadores, estudantes, desempregados, artistas e pessoas em
situação de rua organizados no Bloco de Luta Por Um Transporte
Público, nos manifestamos contrários ao aumento das
passagens.
Sempre em fevereiro, os empresários do transporte e o
poder público aproveitam a temporada de férias e a euforia do
carnaval, uma época que a população não está tão focada nas
questões urbanas, para aumentar as passagens e evitar esta discussão
com os cidadãos.
Cansados desta situação realizamos várias
mobilizações, inciando antes mesmo do aumento entrar em vigor, por
identificarmos injustiça, segregação social e exploração do
valor das passagens, este baseado em planilhas das quais nós não
temos acesso. Ocupamos as ruas para denunciar á cidade de Porto de
Alegre mais um absurdo e mais um roubo, fugindo da forma tradicional
de organização partidária, propondo um movimento autônomo,
coletivo, sem representações e sem liderança, praticando a
democracia direta através de assembleias livres e atos de rua,
recebendo uma expressiva simpatia e apoio das pessoas que circulam e
moram no centro da cidade, mas que infelizmente vem sendo destacado
de forma deturpada e irresponsável pela mídia convencional seja nos
caracterizando apenas de estudantes ou de vândalos.
Desde o
início do nosso processo até agora foram realizados seis atos de
rua e diversas assembleias, com o objetivo de discutir questões
estratégicas e pensar um transporte verdadeiramente público e
popular, onde o direito de ir e vir, assim como o direito a educação
e a saúde assegurados pela constituição, não sejam instrumento de
lucro e enriquecimento de um setor minúsculo da sociedade.
Porém
a resposta que temos do Poder Municipal e dos empresários é o
silêncio, o que provoca nossa indignação. Nenhuma posição,
depoimento ou resposta a sociedade foi dada, nenhuma assembleia
pública foi puxada e nem sequer foi aberta a transparência de
custos, afim de explicar ou justificar a população o reajuste das
tarifas. Esta postura é a prova de uma aliança do mal, composta
pela Prefeitura, Empresários, Eptc, Poder Legislativo e Judiciário
que obrigam o trabalhador, desempregado e estudante a pagar a
terceira passagem de ônibus mais cara do país, inclusive acima de
capitais maiores e mais ricas como Belo Horizonte (2,45), Brasília
(1,50) e Rio de Janeiro (2,70) com o único objetivo de enriquecer
empresários e financiar campanhas politicas.
Enquanto formos
ignorados vamos continuar nas ruas, lutando por uma gestão popular
do transporte, menos ambiciosa e mais justa, chamando todas e todos
para participar e apoiar esta luta que é de todas as pessoas da
cidade.
BLOCO DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO
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