BLOCO DE LUTA POR UM
TRANSPORTE PÚBLICO
CARTA ABERTA A SOCIEDADE
Nós
trabalhadores, estudantes, desempregados, artistas e pessoas em
situação de rua organizados no Bloco de Luta Por Um Transporte
Público, nos manifestamos contrários ao aumento das
passagens.
Sempre em fevereiro, os empresários do transporte e o
poder público aproveitam a temporada de férias e a euforia do
carnaval, uma época que a população não está tão focada nas
questões urbanas, para aumentar as passagens e evitar esta discussão
com os cidadãos.
Cansados desta situação realizamos várias
mobilizações, inciando antes mesmo do aumento entrar em vigor, por
identificarmos injustiça, segregação social e exploração do
valor das passagens, este baseado em planilhas das quais nós não
temos acesso. Ocupamos as ruas para denunciar á cidade de Porto de
Alegre mais um absurdo e mais um roubo, fugindo da forma tradicional
de organização partidária, propondo um movimento autônomo,
coletivo, sem representações e sem liderança, praticando a
democracia direta através de assembleias livres e atos de rua,
recebendo uma expressiva simpatia e apoio das pessoas que circulam e
moram no centro da cidade, mas que infelizmente vem sendo destacado
de forma deturpada e irresponsável pela mídia convencional seja nos
caracterizando apenas de estudantes ou de vândalos.
Desde o
início do nosso processo até agora foram realizados seis atos de
rua e diversas assembleias, com o objetivo de discutir questões
estratégicas e pensar um transporte verdadeiramente público e
popular, onde o direito de ir e vir, assim como o direito a educação
e a saúde assegurados pela constituição, não sejam instrumento de
lucro e enriquecimento de um setor minúsculo da sociedade.
Porém
a resposta que temos do Poder Municipal e dos empresários é o
silêncio, o que provoca nossa indignação. Nenhuma posição,
depoimento ou resposta a sociedade foi dada, nenhuma assembleia
pública foi puxada e nem sequer foi aberta a transparência de
custos, afim de explicar ou justificar a população o reajuste das
tarifas. Esta postura é a prova de uma aliança do mal, composta
pela Prefeitura, Empresários, Eptc, Poder Legislativo e Judiciário
que obrigam o trabalhador, desempregado e estudante a pagar a
terceira passagem de ônibus mais cara do país, inclusive acima de
capitais maiores e mais ricas como Belo Horizonte (2,45), Brasília
(1,50) e Rio de Janeiro (2,70) com o único objetivo de enriquecer
empresários e financiar campanhas politicas.
Enquanto formos
ignorados vamos continuar nas ruas, lutando por uma gestão popular
do transporte, menos ambiciosa e mais justa, chamando todas e todos
para participar e apoiar esta luta que é de todas as pessoas da
cidade.
BLOCO DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO
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